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terça-feira, 26 de março de 2013

"A Ditadura na República de Bananas"

A Ditadura na República de Bananas




Por: Almir Visconde



Direita volver. foi o recado dado pelo megafone dos quartéis em 64.



Os anos de chumbo cobriram de vergonha a bandeira verde-amarela.



Na Terra do Nunca, a Brasilândia do Tio Sam era guarnecida pelos soldadinhos amestrados.



O Castelo Branco vinha na ponta da Esquadrilha da Fumaça, olhando com o desdém superior, do alto para os que estavam no solo da terra brasilis.



Em preto e branco, um take do filme do Gláuber, a multidão na rua, exibia cartazes que diziam: abaixo à repressão.



Desceu a inquisição vergonhosa, feita pelo ditador Costa e Silva, contra seus oponentes.



O jornal de uma página só, dava a manchete: promulgado o AI-5.



Via Intelsat, os canibais da CIA, mandavam ordens ao planalto central.



Cabo Anselmo brincava com o controle-remoto, trocando as colônias norte-americanas a seu bel-prazer.



Foi aberta a temporada de caça aos subversivos, que aconteceu no Araguaia.



Reuniram os jovens do MR-8 e do VAR-Palmares, na vala de Perús.



O tropicalismo foi mandado para a nebulosidade do “fog” londrino, que de lá mandava mensagens para o Pasquim.



A miragem econômica surgiu e desapareceu como por encanto.



Agentes do DOI-CODI “malhavam o Judas”, com o corpo do comunista Herzog.



O Golberí do SNI, era o boneco assassino, disfarçado de general.



Os analfabetos do MOBRAL continuavam nas trevas da cidadania, para o Passarinho rir à toa.



Médici, o caudilho de três estrelas, trancafiou a liberdade nos torturantes porões do DOPS.



a TV Globo esqueceu-se de noticiar a morte do Lamarca.



megalomania subdesenvolvida das obras dos faraós tupiniquins.



O caminhão da Coca-cola foi levado pelo ítalo-americano, Mário Andeazza, até a aldeia dos banguelas.



O keynesiano Delfim Netto esfaqueou o porquinho esquelético, do Brasilpassafome.



Na Dig Apple, a modelo desfila com um vestido da estilista Zuzú Angel, que estampa um pássaro engaiolado e a frase: país de bananas.



O “democrático”Geisel, abre os portos e as portas, para os enxotados filho da pátria voltarem a nação prostituta.



É aplaudido de pé pelo CENIMAR, o naufrágio de O Cruzeiro, afogando as palavras de Von Baungarten.



Um agricultor do “Plante que o João garante”, ofereceu um bufê de alfafa, ao cavalo do gentleman Figueiredo.



Do Copacabana Palace se ouviu o estouro do champagne de sangue borbulhante, batizando o RioCentro.



O arenista Sarney ficou para fechar o funesto cemitério.

terça-feira, 19 de março de 2013

Os Engenheiro de Poa

Os Engenheiros de Poa




A banda da propaganda de refrigerantes,



Eram Garotos, que como eu gostavam de Beatles e Rolling Stones,



Foram dândis na revolta musical dos anos 80,



Composto da farinha integral da sopa de letrinhas,



Cruzaram em velocidade estonteante, a infinita Freeway do mundo,



A clarividência progressista via parabólica,



Os papas do pop, que não pouparam ninguém,



Os guitarreiros eletrônicos da pampa pobre,



No mar do som, foi a nau à deriva capitaneada por Dom Humberto Gessinger,



A pedrada transcendental, no rock grande do sul,



Voaram longe demais nas capitais,



Zombaram do poder, em todas as suas formas,



Serviram coquetel molotov, no seu piano-bar,



Gritaram ao vento, que prá ser sincero, tudo foi apenas tesão,



Tocaram instrumentos, que sempre dão a mesma nota:

Rátátá

rátátá

rátátá





• Engenheiros do Hawai, grupo de rock brasileiro, formada em 1984, na cidade de Porto Alegre, RS. Sendo ela liderada pelo vocalista Humberto Gessinger.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Um Tango no Vaticano

Um Tango no Vaticano




Por: Almir Visconde.





Para o norte, empurrou o forte vento dos Andes,



O condor de aço, levando no seu bojo o bispo platino,



Para a peleja eclesiástica na monarquia do Vaticano,



Não seria no Coliseu, mas sim, na Capela Sixtina,localizada na cidade-estado,



Na capital do catolicismo romano, aconteceria o conclave papal,



Vieram gladiadores da fé, de todas as partes do mundo,

O devoto de San Lorenzo, com sua alma castelhana correria por fora,



Foram muitos discursos inflamados, proferidos em latim fluente,



Quando ofilho da terra de Martin Fierro hablou,



Com suas palavras todos se encantaram, como o bandóneon portenho seduz quando toca,



Estava no altar sacerdotal, o escolhido divino, para a missão grandiosa,



Ecoou no mundo todo, a boa-mova trazido pela fumaça,



Na radio Belgrano, o locutor vibrava: ganou El Hermano Del pueblo.



As lágrimas escorreram no rosto da mãe argentina, na Praça de Mayo,



Os anjos dizem amém a Francisco I, o Papa do século XXI.

sexta-feira, 8 de março de 2013

A Mulher da Vida

A Mulher da Vida






A deusa grávida de barriga grande,



Mulata carnuda, que está com a pele desnuda



A madame de pernas abertas



A genitália da prostituta oferecendo sexo ao devasso



Com seus cabelos enigmáticos, estrangula todos os mortais,



Os seios pontiagudos, cheios de leite etílico,



Sua língua estrupadora, está escondida atrás dos dentes,



Entre seus dedos corre o sêmen da vida, na hora do orgasmo dionísico,



Tem esta mulher, o ventre cheio de argila,

Para germinar o grão do homem.