A Ditadura na República de Bananas
Por: Almir Visconde
Direita volver. foi o recado dado pelo megafone dos quartéis em 64.
Os anos de chumbo cobriram de vergonha a bandeira verde-amarela.
Na Terra do Nunca, a Brasilândia do Tio Sam era guarnecida pelos soldadinhos amestrados.
O Castelo Branco vinha na ponta da Esquadrilha da Fumaça, olhando com o desdém superior, do alto para os que estavam no solo da terra brasilis.
Em preto e branco, um take do filme do Gláuber, a multidão na rua, exibia cartazes que diziam: abaixo à repressão.
Desceu a inquisição vergonhosa, feita pelo ditador Costa e Silva, contra seus oponentes.
O jornal de uma página só, dava a manchete: promulgado o AI-5.
Via Intelsat, os canibais da CIA, mandavam ordens ao planalto central.
Cabo Anselmo brincava com o controle-remoto, trocando as colônias norte-americanas a seu bel-prazer.
Foi aberta a temporada de caça aos subversivos, que aconteceu no Araguaia.
Reuniram os jovens do MR-8 e do VAR-Palmares, na vala de Perús.
O tropicalismo foi mandado para a nebulosidade do “fog” londrino, que de lá mandava mensagens para o Pasquim.
A miragem econômica surgiu e desapareceu como por encanto.
Agentes do DOI-CODI “malhavam o Judas”, com o corpo do comunista Herzog.
O Golberí do SNI, era o boneco assassino, disfarçado de general.
Os analfabetos do MOBRAL continuavam nas trevas da cidadania, para o Passarinho rir à toa.
Médici, o caudilho de três estrelas, trancafiou a liberdade nos torturantes porões do DOPS.
a TV Globo esqueceu-se de noticiar a morte do Lamarca.
megalomania subdesenvolvida das obras dos faraós tupiniquins.
O caminhão da Coca-cola foi levado pelo ítalo-americano, Mário Andeazza, até a aldeia dos banguelas.
O keynesiano Delfim Netto esfaqueou o porquinho esquelético, do Brasilpassafome.
Na Dig Apple, a modelo desfila com um vestido da estilista Zuzú Angel, que estampa um pássaro engaiolado e a frase: país de bananas.
O “democrático”Geisel, abre os portos e as portas, para os enxotados filho da pátria voltarem a nação prostituta.
É aplaudido de pé pelo CENIMAR, o naufrágio de O Cruzeiro, afogando as palavras de Von Baungarten.
Um agricultor do “Plante que o João garante”, ofereceu um bufê de alfafa, ao cavalo do gentleman Figueiredo.
Do Copacabana Palace se ouviu o estouro do champagne de sangue borbulhante, batizando o RioCentro.
O arenista Sarney ficou para fechar o funesto cemitério.
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